(intro)
No fundo da ribeira há um corpo morto,
uma ruína,
Tombada pelas cheias e por feias
Ventanias.
Talvez seja melhor assim...
Se não dá, não dá.
Se ao menos pudesse voltar atrás
Tudo faria
Pra conservar a casa e ter de volta
Essa harmonia.
Mas talvez seja melhor assim...
(refrão)
Trago cacos no meu bolso
Que me lembram do quão
Fracassado foi o esforço
Numa Ponte sem chão.
Caudal bravo, engole escombros
Ai, é uma maldição!
E quando eu juro quebrá-la
Vejo a Ponte no chão.
(verso)
Ainda não tínhamos vindo ao mundo quando eles se viram
Cada um na sua margem.
Não sei se foi paixão à primeira vista, a ribeira diz
Que foi só necessidade em assentar, aceitar
Vida é mais fácil a par
Chega de deitar tarde, agora é vergar, poupar.
Fez-se a Ponte à pressa com metal no anelar:
um arco de volta perfeita sem pedra angular.
Dois indivíduos vindos de sítios semelhantes.
Ya...vinham de Pontes vacilantes.
Desejavam tanto quebrar essa maldição
Mas a Ponte entre eles não era a mesma para ambos.
As águas rebentaram em abril
E eu abri os olhos,
Fui o primeiro a gatinhar no tabuleiro.
Após quatro voltas ao sol o vazio ganha voz:
um mano com quem aprendi a dizer “nós”.
Entretidos co’a inocência nos dedos,
Mal sabíamos que a ausência do medo não dura para sempre
Vozes de parentes vindas das encostas alimentam
Vozes rancorosas dentro de quatro paredes.
A sério?
Agora à mesa é sempre a mesma sobremesa?
Uma discussão azeda, a merda dum braço de ferro
Enferrujado p’la saliva saída dos berros?
“EU JÁ TOU FARTO DE TE VER POR PERTO CARALHO”
Maldita Ponte de Babel...
O que era mel, tornou-se fel.
Fazemos de conta que somos surdos,
Mas insultos são tão brutos e gratuitos
Que nos arrancam a pele.
E puxam-nos a todos rumo ao lodo da ribeira.
Um lar outrora calmo agora é cacos e poeira.
Um par que se amava agora aparta-se em trincheiras
E nós sem saber nadar nas águas traiçoeiras.
Vida vira um vaivém entre as areias
à espera de voltar a ouvi-los com as vozes meigas...
(refrão)
Trago cacos no meu bolso
Que me lembram do quão
Fracassado foi o esforço
Numa Ponte sem chão.
Caudal bravo, engole escombros
Ai, é uma maldição!
E quando eu juro quebrá-la
Vejo a Ponte no chão.
(outro)
Caudal bravo
Engole escombros
Ai é uma maldição!
Fracassado foi o esforço
Numa Ponte sem chão.
E quando eu juro quebrá-la
Vejo a Ponte no chão
Caudal bravo
Engole escombros
Ai é uma maldição!
credits
from Diabos m' Elevem,
released September 14, 2023
Composer- Riça (José Leal)
Co-Composer - Zé Menos (Zé Poças)
Lyricist- Riça (José Leal)
Performer Artist (lead vocal)- Riça (José Leal)
Performer Artist (choirs)- Zé Menos (Zé Poças)
Performer Artist (bass guitar) - Ricardo Martins
Unfiltered emotional landscape taken through the sound of alt-rock. Music for all the amazing people dealing with mental health issues and all and all. Be Kind. Biruta Records