We’ve updated our Terms of Use to reflect our new entity name and address. You can review the changes here.
We’ve updated our Terms of Use. You can review the changes here.

parte

by redoma

/
  • Compact Disc (CD) + Digital Album

    15% das vendas será doado à ENCONTRAR+SE, associação para a promoção da saúde mental.

    Includes unlimited streaming of parte via the free Bandcamp app, plus high-quality download in MP3, FLAC and more.
    ships out within 5 days
    edition of 100 
    Purchasable with gift card

      €10 EUR or more 

     

  • Streaming + Download

    Includes unlimited streaming via the free Bandcamp app, plus high-quality download in MP3, FLAC and more.
    Purchasable with gift card

      €5 EUR  or more

     

  • Full Digital Discography

    Get all 19 Biruta Records releases available on Bandcamp and save 50%.

    Includes unlimited streaming via the free Bandcamp app, plus high-quality downloads of arena, Diabos m' Elevem, MONA & CIA 1985, Canção das Maias, delírios mensais, leonardo, parte, o chão do parque, and 11 more. , and , .

    Purchasable with gift card

      €30.50 EUR or more (50% OFF)

     

  • Edição Ultralimitada Cassete Rosa
    Cassette + Digital Album

    Cassetes personalizadas por redoma. Edição numerada.

    15% das vendas será doado à ENCONTRAR+SE, associação para a promoção da saúde mental.

    Includes unlimited streaming of parte via the free Bandcamp app, plus high-quality download in MP3, FLAC and more.

    Sold Out

1.
poço 03:10
Podia cair no fosso Não fosse o que fosse Podia cair no poço Com água até ao pescoço Mas tento manter a calma Torço pela minha alma Tento não me perder Antes morrer do que enlouquecer Não me venham com a história de que somos todos loucos Desses conheço poucos Estão perdidos e ocos O problema está nas palavras Ténues, sem intenção Libertem-se dessas amarras Ingénuas, sem coração Acredito só que muitos temos Vontade de nos perdermos Com uma espécie de arnês Que nos impede de ir de vez Assim voltamos à costa Beijamos a mãe na testa Pensamos ter a resposta Pensamos “a ver se é desta” Mas surge sempre outra dúvida Que me deixa sem ar Que me faz suspirar Sei lá quando vai parar É viver e morrer, Não quero abortar Quero envelhecer Quero ainda brotar E o anseio de ir É o receio de vir Para o mesmo lugar Sem novo para mostrar Sem respostas para dar A escolha não é minha Isto nasce contigo Se te safas és rainha Isto cresce contigo Da tua própria vida Tu não queres ser vazia Encontraste outra saída Não queres ser apatia E eu nem sei se existo Mas sigo em frente e resisto Faço por sair disto Seguro o corpo e persisto Pretendo ser alguém mas fico sempre aquém Só faço o que convém Jesus Cristo, amém
2.
O ar pesado que cai sobre mim Assenta-me bem, fica-me bem. Deixa-me o rosto afilado, as maçãs do mesmo ficam levemente realçadas e o fosso abre-se, também, entre os dois maxilares, em ambos os lados. O ar pesado que cai sobre mim deve cair, também, sobre a cidade. Cidade enquanto conjunto de pessoas que habitam um determinado espaço. Enquanto ambiente, cai com certeza. Eu caio com ele. As certezas desintegram-se na queda e o voo, a pique, torna-se cada vez mais turbulento. Passa a ser inevitável usar palavras como cinzento, nublado, pesado, a qual serviu de mote, tristonho, confuso, perdido... E se eu não estiver no fim daquela viagem? E se eu não estiver no cimo daquela montanha? E se eu nunca estiver? A última pergunta traz a resposta. Eu estou, estou toda aqui e agora. E se não for mais nada, já me bastei…
3.
Carregava a culpa de ser tripa arrancada De ser lágrima soada Quando a minha mãe me fez Quando me perdeu de vez Essa culpa foi inventada Para mascarar porquês Para fingir que há justiça Para poder ficar sentada Para sucumbir à preguiça Premissa errada Dei-me para não pensar Dei-me para dar também Mas o meu corpo ainda não queria Agora não sabe viver sem E a minha alma não podia Entregar-se daquela maneira Fazer-te sentir inteira Fui sugada, fui esventrada Não imaginava o que me esperava quando vimos luz naquela entrada A vida é mesmo assim, seguimos sempre sem acreditar no fim Lembro-me de falar disso, à porta, no meio da estrada Curioso como as entradas são símbolo da nossa história Deixar-te entrar toda foi pra ti uma… Que se fodam as rimas, se fizer mais uma, que ninguém me leve a sério, que eu sou incongruente e não sigo nenhum critério Manhãs despreocupadas A vermo-nos na essência Ruínas amparadas Invejadas, pela aparência Afinal somos só mais umas Não soubemos ser melhor Acho que não acredito em nada do que digo Rastejo, esperneio Penso, repenso “Não faças que é feio, Escreve por extenso” Fui esventrada por engano Tudo agora me é humano Não reconheço o culpado A culpa é o pecado Não quero dizer-te onde moro O sítio onde agora choro Se o meu ventre renasceu O resto não te esqueceu
4.
entreparedes 02:53
Sento-me de um lado Estrategicamente pensado Pra se por acaso passares Possamos trocar uns olhares E se por acaso ficares Com raiva de mim, sem pensares Não vês o meu estado? Só quero passar um bom bocado Não vês que estou a pairar? Eu tento viver no presente Percorro-a na busca incessante De encontrar um instante que me faça voltar a vibrar por dentro Quiçá mais um epicentro Mas não a vejo nesse instante Ela é transparente porque é só a ti que eu quero à minha frente Não fumo e acendo um cigarro Não sei o que me faz parecer Ando à procura do teu carro Hipoteticamente parado num beco qualquer E se por acaso pensares Que estou a fazer tudo errado Não vês o meu estado? Só quero passar um bom bocado Já te disse que estou a pairar? Para mim, estar aqui é pairar Pés na terra não voam com o vento Não me movimento, mas em pensamento deixo-me levar Realidade inconstante, não sei aterrar Mas se quiseres, eu vou-te buscar Damos uma volta, eu deixo-te solta Se a vida é fluida, voamos lado a lado Nadamos lado Não vês o meu estado? Só quero passar um bom bocado Que pena que nunca te tenhas sentido por mim agarrada Sinto desde sempre que vales a pena Sou tão complicada, tu és tão serena Às vezes, trocamos, equilibramos Anda lá, eu faço uma jangada E trago-te logo que queiras ficar Pro teu peito não se acostumar e achar que é comigo que deves ficar É cedo pra ficar
5.
redoma 02:57
Redoma soma mais, Mais um dos meus ais Estou na miséria, estou na miséria Passei no teste sem saber a matéria. Estou na miséria, estou na miséria Os meus pais dizem que não sou séria. Ouço falar, mas não estou a ouvir Deixei de o fazer cedo demais Tanto caminho ainda por vir Às vezes, sinto que não quero mais Não mais redoma, Quero dançar, quero dançar para me redimir. Simpatia cura, empatia é coisa rara Até procuro, salto o muro, mas estou sempre à espera de cair. Se por acaso, logo não caio, é mais à frente, quando me distraio. Em todo o caso, se não caio agora, caio fora, para me prevenir. Ai que miséria, eu sou tão séria Quero parar para me divertir. Esta letra é sobre ser redoma, enquanto corpo que sustenta as tormentas e enquanto ser exposto, na multidão, mas indiferente. Se não trabalho, não faço um caralho Se não tenho tempo, estou a perder tempo Estou presa e sou (a) presa do meu próprio ser Surpresa, esta presa não vai morrer Redoma soma mais, Mais um dos meus ais Sou redoma, sou vitrine É o ócio que me define. Assisto e não passa disto. Estou estagnada, por isso, esgotada. Caio, magoada e não faço nada, não faço nada... Quero falar, mas ninguém pra ouvir Eu sei, porque leio os sinais Tanto caminho ainda por vir, Só imagino possíveis finais. Luto com aquilo que ainda não sou, não faço por ser o que quero ser, mas faço tanto por parecer... faço tanto por aparecer…
6.
condição 02:17
Há tantas coisas na vida que me deixam a pensar Umas sobre mim, outras sobre este lugar Sinto a falta de estar solta E vejo a vida à minha volta Mas estou envolta na revolta Presa na minha própria escolta Mantenho-me inconstante Eu sou paradoxal Finjo ser brilhante Mas sou um animal Tenho os ouvidos a sangrar Isso bem parece De tanto ouvir falar Isso nem parece Cresce e aparece Esmorece e apodrece Deixem-me ser só aquilo que me apetece O ser humano queria O ser humano quer O ser humano cria Dê por onde der E o que eu também queria Era poder viver Puta, preta, branca, homem, fufa ou mulher (Como a mulher que sou. Será que sou?) Não é uma opção Aceita a condição Por mim está tudo bem até que alguém morra no chão Porque não conseguiu Viver sem respirar Porque alguém decidiu Que neste mundo não tinha lugar Tive a sorte de ser branca O azar de ser mulher A fortuna de ser pobre E não me deixar corromper Mas eu nem queria ser nada Vim sem qualquer coordenada Agora que estou não me vou Agora a questão é se me vou Há tantas coisas na vida que me deixam a pensar Se mereço cá estar Se mereço respirar Isso nem parece Isso bem parece Cresce e aparece Esmorece e apodrece E o que eu também queria Era poder viver Puta, preta, branca, homem, fufa ou mulher Já dizia a minha avó Antes de morrer O que custa não é viver É saber viver

about

redoma é uma nova dupla do Porto, assinada por Carolina Viana (cantora e rapper) e por Joana Rodrigues (produtora). Seguindo ambas os seus percursos académicos na música, conhecem-se durante a licenciatura, em 2017, na ESMAE. Ao longo de 2020 e 2021, encontraram na criação do EP “parte” uma forma única de comunicarem entre si e no espaço que habitam. Um manifesto existencialista caracterizado pela sonoridade rap de ritmo desconstruído e poético.

“parte é uma estreia tão auspiciosa quanto inesperada já que nesta era da Internet em que toda a gente expõe, passo a passo, os produtos da sua criatividade, nenhum sinal prévio nos foi oferecido que permitisse antever o que agora se materializa. Uma tranquila, refinada e altamente personalizada visão de uma música que ainda tem pulso hip hop, que aceita ecos semi-fragmentados de alguma moderna electrónica lo-fi e de um jazz longínquo e que poética e verbalmente parece buscar os seus azimutes entre algum rap mais confessional, uma clássica escola de spoken word e a timidez sussurrante de alguma folktrónica. Tudo junto rende algo que não é assim tão comum nestas partes, devidamente protegido por uma redoma que é tão natural no seu delicado brilho quanto conceptual na forma como foi gizada.” - texto de Rui Miguel Abreu (Rimas e Batidas)

"entreparedes" e "redoma" disponíveis num vídeo live:
www.youtube.com/watch?v=K8AiPCF_kJI

Booking: ruicorreia@birutamusic.com

www.instagram.com/_redoma_/

credits

released March 18, 2022

Letras e Voz por Carolina Viana
Produção por Joana Rodrigues
Gravação, Mistura e Masterização por Zé Poças (zepocas.carrd.co)
Design Gráfico e Fotografia por Diana Gil (www.behance.net/d-anagil)

© 2022 Biruta Records BR013

license

all rights reserved

tags

about

Biruta Records Porto, Portugal

- Record Label -
Music PR &
Booking Agency
est. 2014

Inquietante e Independente

Booking: eduardopacheco@birutamusic.com
Management/PR: ruicorreia@birutamusic.com

contact / help

Contact Biruta Records

Streaming and
Download help

Redeem code

Report this album or account

Biruta Records recommends:

If you like parte, you may also like: